A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, deve receber nos próximos dias os primeiros encaminhamentos do Movimento de Otimização das Culturas de Inverno dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, lançado no Palácio Piratini. Liderado pelo ex-presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, o movimento pretende organizar a atuação de produtores e indústrias para ampliar a utilização dos grãos de inverno como trigo, cevada e triticale, entre outros – na substituição parcial ou total do milho na ração para aves e suínos. Segundo Turra, os plantios de inverno no Rio Grande do Sul não atingem 20% da área cultivada na safra de verão, de 7,6 milhões de hectares, sendo necessário criar estratégias para ampliar esse uso da terra e suprir a carência de milho para abastecimento do Estado, que somente em 2021 deve chegar a 2 milhões de toneladas. Turra ponderou que existe espaço para aumentar a área plantada com as culturas de inverno para 1,8 milhão de hectares nos dois estados do Sul, com a criação de linhas de financiamento ao produtor e uma mudança no zoneamento agrícola que altere as janelas de plantio para a região. A ministra, que participou do lançamento, disse que pode estudar estas medidas já para a safra 2021/2022. A reunião, virtual e presencial no Palácio Piratini, foi comandada pelo governador em exercício, Ernani Polo. Para ele, cabe ao Estado ser o articulador deste processo. “Temos um potencial expressivo, especialmente na proteína animal, e a demanda deve aumentar quando formos reconhecidos como zona livre de febre aftosa sem vacinação”, destacou.