A Coopernorte Telecom iniciou sua operação em 2020, na região de atuação da cooperativa, com o objetivo de levar comunicação com segurança e agilidade aos cooperados. Hoje, o Grupo Coopernorte assume uma nova configuração no serviço de internet e telefonia para seus quase dois mil associados ligados a rede de fibra, que corresponde 90%, e via rádio, 10%.
Para que o serviço de internet chegasse à comunidade rural, principalmente de Águas Claras e arredores. Em 2020, o Grupo Coopernorte firmou parceria com um sócio com experiência técnica em telecomunicação, firmando uma sociedade, onde a parte técnica ficaria com 40% e o Grupo Coopernorte com 60%. Hoje, podendo assumir de forma única o nome Coopernorte Telecom, o Grupo Coopernorte projeta expandir sua rede de fibra, hoje com cerca de 300 quilômetros espalhados, qualificar o serviço com novos investimentos e prevê ainda o crescimento de cerca de 100 novos associados por mês.
De acordo com o presidente do Grupo Coopernorte, Jairton Vieira, a Coopernorte Telecom precisou de um parceiro para dar início ao serviço, mas hoje, com a compra dos 40% do sócio/técnico, e com capacidade técnica de atendimento, a ideia é caminhar sozinho e qualificar ainda mais o atendimento para o associado ligado e para futuros associados da Coopernorte Telecom. “A Coopernorte Telecom começou como uma empresa ligada ao Grupo Coopernorte, espécie de um braço da cooperativa, mas hoje ela passa a integrar a Cooperativa de Geração, ou seja, agora ela é 100% Grupo Coopernorte.
Esse processo envolve muita responsabilidade e planejamento”, destacou o presidente Jairton Vieira. Para o vice-presidente Paulo Rocha, o novo modelo garante que a Coopernorte Telecom possa reverter todo valor dos planos contratados em melhorias para acesso do associado.
“Com a aquisição de 100% da Coopernorte Telecom nossa ideia é conectar pessoas de forma segura e eficiente, primando por serviços inovadores e com compromisso com a responsabilidade social”, disse Paulo Rocha. Hoje, a Coopernorte Telecom está presente em várias regiões que compreendem a área de atuação da cooperativa:
Águas Claras e arredores, Pimenta, Costa do Oveiro, Varzinha, Itapuã e com expansão em andamento e prevista para o Jardim Fiúza, Setor D do Assentamento Filhos de Sepé e Passo do Morrinho.
O Grupo Coopernorte distribui energia elétrica de qualidade para quase 7 mil associados nas cidades de Viamão e Santo Antônio da Patrulha e o desafio futuro da Coopernorte Telecom é estar presente na casa de cada família associada.
No Senado – Não é de agora que as cooperativas no país querem oferecer serviços de conectividade no campo. Como alternativa a este cenário, o Projeto de Lei 8.824/2017 busca permitir que cooperativas prestem também os serviços de telecomunicações, ampliando a cobertura de internet em zonas rurais.
A proposta atende a uma demanda das cooperativas, que apontam falta de segurança jurídica para a prestação do serviço, que é uma necessidade para produtores rurais cooperados e das famílias rurais.
A diferença entre uma cooperativa oferecer o serviço de telecomunicação está em não haver lucro e sim sobras que podem ser reinvestidas para a melhoria e ampliação dos produtos e serviços ofertados, o modelo é ideal para levar internet a locais onde não há interesse econômico por parte das grandes empresas.
Outro ponto importante a ser considerado é que a pandemia aumentou ainda mais a necessidade por conectividade, com destaque para os filhos de agricultores que, sem acesso à internet, se veem impedidos de assistirem as aulas à distância.
Esse fator também influencia diretamente a sucessão rural, dificultando a permanência de jovens no campo. Atualmente, as leis que regulamentam o setor só permitem que as cooperativas prestem esse serviço se criarem uma empresa do tipo limitada que elas controlem, modelo pelo qual foi criada a Coopernorte Telecom lá em 2020 e que agora torna possível que o Grupo Coopernorte, através da Cooperativa de Geração, assuma na totalidade a gestão dos serviços de internet e telefonia dos seus quase dois mil associados ligados ao setor.
A internet no campo pode oferecer um diferencial competitivo muito grande e isso resulta em eficiência econômica, produtiva e em qualidade de vida para o associado e para o produtor, porque através dessas digitalizações e com acesso a essas tecnologias é possível ter mais tempo disponível para pensar na gestão da propriedade e dos negócios.
É sobre esses benefícios e outros que o analista de infraestrutura e meio ambiente da Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB, Marco Olívio Morato de Oliveira, acredita na importância da Telecom nas cooperativas.
“É o potencial também de você fazer capacitação e extensão rural e com isso levar tecnologia e digitalização de alguns processos e automação mesmo para o pequeno produtor”, avalia. Marco Oliveira também falou sobre outras facilidades que a internet oferece para quem vive no campo.
“Por exemplo, o produtor não vai precisar se deslocar para emitir uma guia de trânsito de animal, ele vai poder fazer isso pela internet, emitir uma nota fiscal eletrônica, então facilita a vida do nosso cooperado e do nosso produtor”, ressaltou Marco. Para finalizar, Marco Oliveira falou que o PL 8.824/2017 teve origem dentro da OCB, por demanda das cooperativas.
“A OCB é o órgão de representação das cooperativas e a gente faz esse trabalho de convencimento e de tentar melhorar leis e políticas públicas para que o cooperativismo seja reconhecido e beneficiado, e que com isso todos ganhem, a cooperativa e a comunidade que está em volta.
A OCB trabalha para que o cooperativismo seja protagonista na edição de leis e normativos que beneficiem a nossa sociedade, a nossa comunidade, onde as cooperativas estão inseridas, sempre pensando no desenvolvimento sustentável do cooperativismo”, finalizou o analista.