Entrevista com a presidente do SIMVIA

Destaques

A presidente do Sindicato dos Municipários de Viamão, Maria Darcila Tinoco, falou sobre as ações do SIMVIA e o funcionalismo público neste momento de pandemia.

Qual o sentimento que a pandemia trouxe para o funcionalismo? Estamos vivendo o segundo ano de Pandemia. E o sentimento é o mesmo, desde o ano de 2020. Este sentimento é o MEDO.

Medo do que? Medo de pegar a doença, medo de perder seu salário, medo de perder seus benefícios, medo de perder seus familiares, medo da morte. E esse medo é real. O funcionalismo, primeiro achou que ficando em casa teria seus direitos guardados, que teria a proteção do governo. Os primeiros a terem seus direitos perdidos, pasmem, foram o pessoal da saúde. O pessoal da linha de frente de nossa proteção. Adoeceram no trabalho e perderam seus vale-alimentações, suas vantagens, suas insalubridades, suas horas-extras, seus percentuais, que ganham por serem da saúde, serem motoristas da SAMU. Sindicato teve que entrar na Justiça para garantir a volta de suas vantagens. Professores, equipes diretivas e funcionários tiveram que contar com o Sindicato para terem seus direitos, de ficarem em casa, garantidos. As equipes diretivas estiveram por um tempo resguardadas, mas depois tiveram que, na forma de escala, trabalhar nas escolas.

Qual a maior preocupação do Sindicato, hoje, com o funcionalismo? Nossa maior preocupação é a vacina. Mas também temos conversado nos espaços que envolvem as questões de saúde para que sejam feitas mais testagens nos trabalhadores como prevenção e não só apenas quando se detecta o Covid. Queremos que sejam testados mensalmente para garantir que trabalhem tranquilos. Sintam-se protegidos. Não queremos vacina para A ou B. Queremos vacina para todos. Essa preocupação é com todos os funcionários, pois todos correm riscos e ainda mais com os funcionários que estão trabalhando nas ruas. Vocês devem ver a quantidade de funcionários nas ruas fazendo asfalto, fiscalizando estabelecimentos comerciais, a Guarda Municipal dando assessoramento, fiscalizando os estabelecimentos e dando ajuda para o pessoal da Saúde. Esse funcionário é nossa maior preocupação, pois os professores ainda estão em casa. Mas, e esses que estão nas ruas? Direto, sem vacina, em contato com as pessoas de diversos locais, lutando contra o calor, de máscara. Onde está sua vacina e sua prioridade para vacinar? E os que estão nos ambientes que esteve a pouco tempo com vários casos de Covid? Os funcionários estão lá expostos e nada de prioridade para serem vacinados para terem um pouco de calma e não viver trabalhando com medo.

O que o Sindicato fez até agora? Infelizmente, tivemos que exigir as EPIs (Equipamento de Proteção Individual) para os funcionários poderem trabalhar. Os governantes de 2020 parece que só conversam com o Sindicato na justiça. Então tivemos que entrar na justiça para defender os funcionários da saúde, que adoeceram e perderam seus direitos. Entramos na justiça para defender, também, os direitos dos motoristas e vários outros funcionários que são do grupo de risco que tiveram seus direitos retirados. Conseguimos que fossem feitas escalas de trabalho para não ter aglomerações, solicitamos desde o ano passado a proteção de acrílico para os funcionários de algumas Secretarias. Em janeiro, tivemos que pedir novamente esse tipo de proteção, o qual foram postas agora em março, e um ajuste nas escalas dos funcionários, que foi feito. Mas continuamos na luta, pois as perdas de direitos e a preocupação com os funcionários parece ser uma preocupação só do Sindicato. Ainda continuamos pedindo que seja pago os 5% que o funcionalismo ganhou na justiça e não foi pago por alegarem período eleitoral. Pedimos então que seja pago a reposição da inflação, pois a cesta básica subiu horrores e o funcionalismo continua sem reajuste. Os protocolos apresentados são muitos frágeis. Sindicato continua lutando para que sejam feitas as testagens nos funcionários, para que seja pago a reposição da inflação, para que não tenhamos mais perdas de direitos durante a Pandemia. Ainda estamos aguardando pela agenda com o Prefeito para conversarmos sobre as demandas de 2018, 2019 e 2020 que ficaram pendentes dos outros governos e as desse ano que são uma série de demandas importantes para o Servidor. Inclusive, as mudanças da Reforma da Previdência que temos que adequar no nosso Município e que estamos tentando construir com o Governo para que o trabalhador não tenha mais perdas. Hoje, este Sindicato não tem a preocupação apenas com o servidor quanto funcionário, mas também se preocupa com esse funcionalismo e sua relação com a cidade. Por isso, esse Sindicato participa de todo e qualquer movimento sustentável da cidade como do COMDIM, do Comitê de Monitoramento e Resistência ao Covid em Viamão, do Fórum Municipal de Promoção Igualdade Racial, entre outras atividades.

Como está a situação do Magistério Municipal? A situação do Magistério tem sido outra demanda muito séria. O Professor tem trabalhado on-line e essa função demanda uma enorme carga de trabalho. O professor tem ultrapassado sua carga horária do concurso. Sem dúvida alguma, o professor trabalha muito mais on-line do que se estivesse na escola. E essa sobrecarga de trabalho acaba mexendo com o emocional do professor. Sindicato tem se preocupado e trazido encontros com Psicóloga, pessoas que podem dar esse suporte a esse professor. Também nos preocupamos com esse aluno que tem dificuldade de acesso à Internet. Temos conversado bastante com a Secretaria de Educação sobre a possibilidade de um chip para esses alunos com dificuldade e também com a ideia de uma linha de crédito para os professores, pois muitos não têm um celular adequado e usam sua internet. A crise pegou a todos e são muitas as dificuldades e o Sindicato olha o todo. Vida normal, paz, tranquilidade para viver e trabalhar só tem uma solução: VACINA JÁ! E PARA TODOS.